segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Meu ânus.




Acabei de lembrar que esse blog existia. Acho que só lembro dele perto de aniversários. Mas gratidão nunca foi meu forte.

Acho que vim pra lembrar de quem eu era. Pra sentir saudades daquela pessoa que eu achava odiosa mas alimentei esse tempo todo com doses diárias de vodka, gordura trans e orgulho infundado, música alta e palavrões desnecessários pra formar todo aquele contexto do que eu era. Do que eu queria ser. Não imagino alguém pensando o que eu penso, acreditando no que acredito sem bebida, cigarros, sem palavrões, sem desapego ao próprio corpo. Só com DST's, pavor de ter cancro mole nessa vida. Uma mistura estranha de Rê Bordosa frígida com um Bob Cuspe que toma banho.

E eu que me achava tão diferente vejo que fazia parte de um padrão. Acho que a nossa geração leu Angeli e Mad demais escondido dos pais. E viramos isso aí. E eu sinto falta do meu padrão, assim como sinto das revistas que lia quando ninguém estava olhando. Sempre curti mais que enfiar o dedo na tomada, ou comer biscoito antes do almoço no mocó.

Mas passou, por algum motivo estranho. Aliás, não passou, ainda tá lá, mas tá dormindo. Será que é o medo dos 30? Os famigerados 27 chegando ao fim e eu nem morri como planejei tanto?

Vou ali jogar um copo de vodka no meu ex eu pra ver se acorda, que essa fase "adulta" me deixa um saco.

Acho trágico, acho que perde o encanto. Não quero ser só o lado esposa de Lily Braun, caralho! Quero meu eu de volta, e eu tô indo atrás dele. Maturidade, 30, botox, roupas sóbrias, atitudes contidas e condizentes, meu cu pra essa balela toda. Meu cu pra tudo, é o que eu diria se eu ainda fosse eu.





sexta-feira, 9 de setembro de 2011

P'ra vocês...

Pensei em N maneiras de começar esse texto. E acho que a maneira mais adequada é como se começa um enterro. Nunca fui a um enterro, mas imagino que deva ser algo parecido como mandar depoimento no orkut. Tão constrangedor quanto. Faço 27 anos hoje. Eu me jurei nunca passar dos 27. Antes de Amy Whinehouse resolver banalizar a morte aos 27. Bem, ainda estou no meu prazo, tenho mais um ano pra decidir se morro ou se vou pro asilo.

Morrer aos 27 tem lá suas vantagens. Sempre vão falar como você era jovem e tinha uma vida inteira pela frente. Mesmo que você seja nerd, anti-social, black metal e tenha síndrome do panico, sempre vão achar que você tinha uma vida inteira pela frente. Quem frequenta a PGM sabe bem do que estou falando.

Tenho complexo de Peter Pan. Aos 27, idade de nego já estar longe estou saindo de casa, no meu primeiro emprego e conservo meu cabelo e meus piercings de quando era adolescente, pelo menos aqueles que minhas doenças ainda não expulsaram (tenho hospital semana que vem pra tirar os derradeiros que estão inflamados me mostrando que a fase passou).

E pra mim era digno morrer com o povo da creche, até que conheci o povo do asilo imaginário. Ontem vi um desenho de um bonequinho que ficava na água só pra ficar enrugado e ser considerado velho e poder ficar no asilo porque lá ele podia ser livre e era mais feliz que com as crianças que ele convivia. Fiquei pensando naquilo antes de dormir.

Acordei péssima, faltava só um dia pra eu chegar na idade das decisões. Tive um dia cheio, evitei lembranças, mas quando voltei pro cafofo tive que voltar a minha realidade e entrei no facebook.

Lá eu vi meus primeiros parabéns. Logo eu que detesto votos de feliz aniversário, fui TODA feliz ver o que me esperava e carregava o título de "Fada Camila".

Estava precisando de um UP na moral, mas encontrei muito mais que isso. Encontrei a homenagem de um grande amigo. Que só vejo pequenininho numa foto, mas que sempre tá ali, sempre todo feliz mesmo tendo que sair na chuva com um saco plástico na mão pra recolher cocô de cachorro. Que toma café até 1 da manhã mas nunca perde o sono. Saca o sono dos justos? deve ser o dele. Sono de criança, daquele que diz que vai pro asilo, mas é um menino ainda, com toda aquela ingenuidade caracteristica.

Outros amigos também comentaram em seguida, e todos fazem parte do asilo imaginário. Aquele que eu troquei pela creche, aquelas pessoas que eu acho que valem a pena passar o resto da vida vendo fantástico, novela e fofocando, nem sempre passando por coisas boas, mas tamo sempre ali, do mesmo lado do muro. E mais do que nunca, reitero que meu lado é do lado de cá, das véia pelancuda, aqui no asilo que a gente construiu e espero que possamos viver por muito tempo, enqto durar o que nós construimos, comendo as comidas da Lucy com nossas dentaduras, cuidando da Bah, nossa caçula, enfim, cada um fazendo o seu papel, porque cada um tem sua importância no asilo imaginário.

E eu que tanto temi os 27, não vejo a hora de ter 90 pra ir pra lá...


Com amor, Camila.

Inferno astral VS anjos

Eu nunca curti muito essa coisa de horóscopo. Vejo mais por desencargo de consciência, assim como lia Paulo Coelho, mesmo achando risível. Mas taí uma coisa que eu sempre acreditei foi o inferno astral. Olha, INFALÍVEL. Não sei quais os motivos, não sei se é saturno alinhado com vênus ou se é porque você sempre para pra pensar nas suas últimas realizações, o que significou esse ano a mais, e você compara com seus planos do ano passado e vê que tudo caminhou pra caminhos opostos. Não que isso seja ruim, mas é diferente, e eu odeio perder o controle das coisas.

Acredito na segunda hipótese, na de que você se auto-avalia sempre que está prestes a acontecer algo, antes de todo fim de ciclo, o que quer dizer que eu tenho inferno astral antes do aniversário, natal, dia do índio e afins, mas no meu aniversário a coisa complica o triplo de outras datas.

E eu fico pensando, sabe, o que eu conquistei? Eu mudei um horror, fato, mas eu conquistei uma coisa que eu tinha aberto mão há tanto tempo... não vou macular a postagem com minhas reclamações, com certeza vou reclamar lá também, da mesma coisa que aqui, soar repetitiva, mas eu preciso de uma nova postagem, mais clean e sem tears for fears de fundo. Alguém sugere algo antes que eu ponha Roberto Carlos?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Música do dia






Trilha sonora da noite. Foda. Não podia ter melhor.

Cê tá numa luz fraca, longinqua, barulho de chuva no telhado, só falta uma música de motel pra completar o clima. Ei-la.

Volto ao tema da nostalgia.

Você sabe de quantas pessoas sente saudades?

Chuva

Forever alone

Tem tempo que não escrevo aqui. Poderia falar que minha vida é muito corrida ou pacata demais e não há o que escrever. Bem, nenhum dos dois. Minha vida é corrida, mas me sobra tempo pra caralho. Tem muito o que escrever, mas me falta boa vontade. Eu deveria ajudar os somalianos, escrever mais no blog, plantar uma árvore e separar o lixo seco do orgânico.

Mudei pra JPland. O único lugar que tem uma estátua do João Paulo (aquele do Daniel) como boas vindas da cidade. Tão freak que me sinto em casa. Eu e Botucatu temos uma relação especial. Ela me fere com as suas ladeiras, com seu frio cortante, e eu devolvo com reclamações, ingratidão e um post nesse blog.

Depois de meses que estou aqui (dois meses e 10 dias pra ser mais exata) tivemos nossa primeira chuva desde que vim a última vez.

É uma chuvadiferente daquela que tomei da última vez, inconsequente, adolescente, quase um banho de piscina no play aos 7 anos. Essa é preocupante, cheia de preocupações com os sapatos na área já que agora cuido dos meus sapatos que secam. Mas tem um clima diferente.

Sempre associei chuva a solidão. Um amigo certa vez me disse: "nunca se molhe sozinha".

Infelizmente não tenho muita opção agora, mas descobri que é bem melhor. Me senti meio mal quando apaguei minhas luzes, coloquei um Pearl Jam no rádio e fui ver a chuva. Mas passou em segundos.

E nunca me senti tão completa, tão feliz com a minha própria companhia. Talvez o barulho da chuva abafe os meus pensamentos obscuros, mas tô bem, tô me sentindo num lugar diferente de tudo mas que desde pequena povoa meus pensamentos. Nunca vi, sempre te amei, sacomé? Um dejavu de cenários, de sensações, único.

É solitário, é a primeira vez que me vejo só depois de muito tempo. Mas eu trocaria meus pastéis da geladeira pra não sair dessa sensação nunca. A solidão tem sido benéfica, por incrivel que pareça me amenizou as saudades.

E eu que da janela do quarto da minha mãe olhava o breu e chorava de pânico em ter que estar sozinha numa situação dessas...

Mas hoje sou só eu, meu alter ego e meu eu lírico. E tamo bem assim, obrigado.

Muita coisa pra escrever, na próxima cerveja volto aqui. Ou não, porque hoje não tenho obrigações.




I'm singin in the rain
Just singin in the rain,
What a glorious feeling,
and I´m happy again.
I'm laughing at clouds
So dark, up above,
The sun´s in my heart
And I'm ready for love.

Let the stormy clouds chase.
Everyone from the place,
Come on with the rain
Have a smile on my face.
I'll walk down the lane
With a happy refrain
Just singin
And singin in the rain

sábado, 23 de abril de 2011

Sabadão de aleluia. 10 pra meia noite e tô meio perdida. Tipo virada de ano novo que você não sabe se chora, se pula onda, se come romã ou se chora com a boca cheia de romã, pula 30 ondas e se mata afogado torcendo pra yemanjá não devolver o despacho. Fico meio assim com feriados e quando vai chegando perto entro em pânico.

A coisa não melhora muito quando você está na casa da sua avó com um pijama da sua infância porque esqueceu o seu e mesmo sabendo que vc não cresceu mais de 10 cm e sempre sofreu por ser gorda na infância ele está estourando e qualquer movimento brusco rola um strip tease involuntário. E ele nessa época não deixava seus peitos parecendo qualquer coisa redonda e gigante espremida e achatada.

Tão bonita aquela história da ex gorda que volta gostosa na reunião de ex alunos e é a mais fodona, gostosa e bem sucedida profissionalmente... Onde será que está hoje em dia o povo dessa época? God, o que eu fiz da minha vida??? Amanhã doarei os ovos que ganhei, ficarei apenas com meus culhões imaginários, careço deles. Dieta já.

Bem, se depender de mim não teríamos um final feliz. Já falei sobre a minha paixão absurda pelo sujo, pelo tosco e pelo miserável?? Assim que for ali fumar um cigarro escondido porque estou bebendo cerveja clandestina escondido eu conto. PS: Pra quem bebe escondido da avó fica a dica pra não fazer barulho, abra com abridor de latas. Minha boca sangra mas ainda tenho dentes, vovó nao os arrancou.

Cara, taí, vou embora dia 8, é o máximo que me dou, guento mais essa vida não.