domingo, 27 de fevereiro de 2011

O primeiro dia do resto da minha vida parte 579347

Há algum tempo penso em retomar meu diário. Não sei mais segurar uma caneta sem adquirir alguns calos, fiz curso de caligrafia, o TOC da letra de professorinha não me deixa desde então. Isso resulta em N calos no meu dedo pois numa única posição a letra fica bonita. Talvez isso tenha influenciado na merda de fazer pedagogia. O que eu tinha na cabeça quando comecei a fazer isso? Acho que o mesmo que quando começo a fazer qualquer coisa. Que iria terminar e talvez as coisas mudassem. Bem, não mudaram e tranquei a faculdade. Mania de interromper tudo, mas o que posso fazer se tudo parece extremamente difícil, tedioso e a recompensa é mínima?

Hoje saí da inércia e tô aqui escrevendo. Não faço a mínima idéia do que vem a seguir, é assim que sai, aos soquinhos, mas levando em consideração que estou com a cara cheia de cerveja já adianto que coisa boa não é. Não que os bêbados sejam pessimistas e depressivos, mas antes de tirar a roupa é de praxe tirar aquela máscara social que te obriga a dizer sempre "Tudo bem e você?". É o jargão dos que querem ser socialmente aceitos ou daqueles que fogem das perguntas constrangedoras e da cara de pena inevitável no final.

Há pouco tempo atrás eu diria que estava tudo bem, sinceramente. Não, não tá. Mania péssima de depender do que me cerca e das minhas impressões sobre isso pra estar bem. Além de curtir muito ter o controle do que me cerca sempre fiz a cagada de basear meus planos em pessoas. Resultado? As pessoas vão. Eu fico, e metade da minha base se vai com elas. Talvez eu pareça volúvel as vezes, mas é só decepção.

Por isso curto muito the sims. Quem dá problema e atrapalha a minha vida eu tranco em um quarto sem comida e ainda recebo seguro pra comprar uma cama nova que me faça dormir e acordar 100% dia seguinte, sem rivotril, sem ressaca moral.

Minha mãe está me chamando pra fazer um peixe. Talvez volte mais tarde e escreva algo, talvez desmaie bebada antes disso, talvez engasgue com a espinha do peixe, vai saber? Mas é aqui que recomeço minha vida, lendo as coisas de ontem, morrendo de vergonha da tal co-dependencia e dessa coisa infantil que é a expectativa e quem sabe viro gente.


C.

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