Há algum tempo penso em retomar meu diário. Não sei mais segurar uma caneta sem adquirir alguns calos, fiz curso de caligrafia, o TOC da letra de professorinha não me deixa desde então. Isso resulta em N calos no meu dedo pois numa única posição a letra fica bonita. Talvez isso tenha influenciado na merda de fazer pedagogia. O que eu tinha na cabeça quando comecei a fazer isso? Acho que o mesmo que quando começo a fazer qualquer coisa. Que iria terminar e talvez as coisas mudassem. Bem, não mudaram e tranquei a faculdade. Mania de interromper tudo, mas o que posso fazer se tudo parece extremamente difícil, tedioso e a recompensa é mínima?
Hoje saí da inércia e tô aqui escrevendo. Não faço a mínima idéia do que vem a seguir, é assim que sai, aos soquinhos, mas levando em consideração que estou com a cara cheia de cerveja já adianto que coisa boa não é. Não que os bêbados sejam pessimistas e depressivos, mas antes de tirar a roupa é de praxe tirar aquela máscara social que te obriga a dizer sempre "Tudo bem e você?". É o jargão dos que querem ser socialmente aceitos ou daqueles que fogem das perguntas constrangedoras e da cara de pena inevitável no final.
Há pouco tempo atrás eu diria que estava tudo bem, sinceramente. Não, não tá. Mania péssima de depender do que me cerca e das minhas impressões sobre isso pra estar bem. Além de curtir muito ter o controle do que me cerca sempre fiz a cagada de basear meus planos em pessoas. Resultado? As pessoas vão. Eu fico, e metade da minha base se vai com elas. Talvez eu pareça volúvel as vezes, mas é só decepção.
Por isso curto muito the sims. Quem dá problema e atrapalha a minha vida eu tranco em um quarto sem comida e ainda recebo seguro pra comprar uma cama nova que me faça dormir e acordar 100% dia seguinte, sem rivotril, sem ressaca moral.
Minha mãe está me chamando pra fazer um peixe. Talvez volte mais tarde e escreva algo, talvez desmaie bebada antes disso, talvez engasgue com a espinha do peixe, vai saber? Mas é aqui que recomeço minha vida, lendo as coisas de ontem, morrendo de vergonha da tal co-dependencia e dessa coisa infantil que é a expectativa e quem sabe viro gente.
C.
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